quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Oi começa expansão internacional com início de operações na Colômbia


 A Oi (ex-Telemar) dará nos próximos dias o seu primeiro passo no mercado internacional. Após a compra da Brasil Telecom (BrT) em 2009, a companhia vai iniciar suas operações na Colômbia, país com mais de 42,5 milhões de celulares e quase oito milhões de linhas fixas. A estreia está marcada para o dia 8 de setembro, quando será inaugurado o escritório de Bogotá, em evento que reunirá autoridades dos dois países e Luiz Eduardo Falco, presidente da supertele.
Para enfrentar os espanhóis da Telefónica e os mexicanos da América Móvil na América Latina, a Oi não quer perder tempo, já que a licença para a venda local de serviços de telecom na Colômbia foi concedida este mês pelo governo local. A Oi vai ampliar sua cobertura através da Globenet, empresa que pertencia a BrT e que reúne mais de 22 mil quilômetros de cabos submarinos de fibra ótica.
Nesse primeiro momento, a empresa vai vender serviços apenas no mercado de atacado. Ou seja, a Oi vai vender infraestrutura para empresas que comercializam dados, internet e serviços corporativos para companhias instaladas na Colômbia. Segundo uma fonte a par da negociação, a estratégia da Oi é conhecer como se comporta o consumidor colombiano e descobrir seus padrões de consumo.
País será teste para crescer na América Latina
Só após adquirir esse conhecimento é que a Oi vai decidir como crescerá no país vizinho. Na mesa ainda estão as duas estratégias: o crescimento orgânico ou via aquisições de outras empresas locais. A Colômbia também servirá de teste para o avanço no mercado andino e, consequentemente, para uma futura expansão na América Latina.
No país, a Oi oferecerá uma nova rota de conexão para o mercado local, já que a Globenet tem cabos que interligam, além de Colômbia, Venezuela, Brasil e Estados Unidos. Como acontece no Brasil, a demanda por dados na Colômbia cresce a dois dígitos por ano.
Segundo um especialista, o principal atrativo é que a Globenet é um importante canal para o tráfego de dados e internet entre a América do Sul e os Estados Unidos. A sede da Globenet é na Flórida. Hoje, segundo um executivo envolvido nas negociações, a Oi usará a Globenet como veículo para entrar em outros países.
Na Colômbia, o mercado de telefonia móvel é comandado pelos mexicanos. A Comcel, da América Móvil, de Carlos Slim, homem mais rico do mundo, segundo a revista "Forbes", lidera o setor, com 28,2 milhões de usuários. A Telefónica, com a Movistar, tem 9,5 milhões. Em terceiro, aparece a Tigo, da Milllicom, com 4,8 milhões.
Em telefonia fixa, o mercado é divido entre a Telefónica, a Empresa de Telecomunicaciones de Bogotá (ETB) e a Empresas Públicas de Medellín (EPM). Segundo um analista de mercado, a Oi deve crescer na região atraindo clientes da Telefónica. Por isso, os espanhóis hoje são os mais preocupados com o avanço da rival brasileira.
- Os espanhóis sabem que a Oi é um rival na região e já estão preocupados com isso. Os mexicanos são mais fortes - observou um analista.
A América Móvil tem 259,3 milhões de clientes, número bem maior que os 176,1 milhões da Telefónica. A Oi, em terceiro, aparece com 66,5 milhões.
Há cerca de um mês, a Telefónica conseguiu comprar a parte da Portugal Telecom (PT) na Vivo por 7,5 bilhões de euros, após meses de negociações. Ao longo das conversas, o governo português havia vetado a saída da PT na Vivo. O impasse só teve um fim, após a PT conseguir negociar com os empresários Sérgio Andrade, da AG Telecom, e Carlos Jereissati, da La Fonte Telecom, sua entrada na Oi, já que os dois têm o controle da supertele. Para isso, os portugueses pagaram R$ 8,4 bilhões por até 22,38% das ações da Oi.

Fonte: O globo

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