sábado, 11 de setembro de 2010

Chegada de romeiros se intensifica em Juazeiro

A perspectiva este ano é que o número de romeiros supere o do ano passado, com mais de 400 mil pessoas

Juazeiro do Norte. O ritmo da cidade muda, o trânsito flui com dificuldade e o calor aumenta. É tempo de Romaria da Mãe das Dores. Este fim de semana será marcado pela chegada da maioria dos romeiros, que já lotam a cidade. Juazeirenses reclamam da alteração de rotina e dizem que a cidade acaba se tornando um caos neste período pela falta de estrutura. E as romarias crescem a cada ano. A perspectiva este ano é que o número de romeiros supere o do ano passado, com a chegada, até o próximo dia 15 de setembro - data da festa da padroeira Nossa Senhora das Dores -, de mais de 400 mil pessoas.

Se o número de fiéis se multiplica com a aproximação do dia principal da festa, a preocupação também aumenta. Mesmo com os órgãos públicos organizados para oferecer melhor atendimento, há falhas em relação a acomodação do grande número de vendedores, que disputam espaços nas ruas e praças, principalmente nos arredores da matriz, final da Rua Padre Cícero, na movimentação no fim da Rua São Pedro e, também, nos espaços próximos ao Santuário dos Franciscanos e no Socorro. É um verdadeiro teste de paciência de arriscar a percorrer estas áreas durante os horários de pico. O trânsito praticamente sem fluir nestes espaços, principalmente no Centro da cidade.

A ausência de vias alternativas dificulta, mais ainda, o trânsito. A adequação de um estacionamento após o Centro de Apoio aos Romeiros para os ônibus e caminhões, exclusivos da romaria, segundo avaliação do diretor do Departamento Municipal, Péricles Cardoso, é uma das alternativas para minimizar o fluxo de veículos de grande porte na cidade. Também foram proibidos estacionamentos a partir da Rua do Cruzeiro, Dr. Floro, São Pedro e algumas áreas da Rua Padre Cícero. "Essas são opções que buscamos no sentido de facilitar o trânsito naquelas vias", diz o diretor. Ele acrescenta que a fiscalização por parte do órgão foi redobrada na Rua São Pedro, principal do comércio da cidade e a mais movimentada neste período.

A estudante de jornalismo, Ingrid Stefany Monteiro de Oliveira, afirma que a cidade assume outra característica neste período do ano. "Juazeiro passa a ser outro local. Mas é o momento mais importante, porque recebemos muitas pessoas de fora", diz, ao se referir ao que ela chama de caos urbano. Segundo a estudante, é mais do que necessário um replanejamento para a cidade, com infraestrutura adequada de recepção aos visitantes.

Ela está trabalhando junto a uma campanha para acolhimento do romeiro. Junto, divulga um jornal da igreja. Mas, como juazeirense, ressalta a necessidade de se fazer mais pelo romeiro e pela cidade. "A cidade precisa ser melhor planejada e adequada para as grandes romarias. E o poder público tem uma culpa em relação a essa inadequação, porque não se esforça ao longo dos anos, para garantir maior comodidade neste período, tanto ao juazeirense como ao visitante". Ela diz que, mesmo o poder público fazendo a sua parte, há alternativas de oferecer melhores condições de recepção ao romeiro do Padre Cícero e da Mãe das Dores.

O agricultor Antônio Alexandre da Silva, de Pernambuco, há 30 anos participa das romarias em Juazeiro. "Era um pouquinho de gente naquela época em relação a hoje", diz ele, ao acrescentar que os comerciantes e donos de ranchos aproveitam esse momento e reclama por estar pagando R$ 100,00 num rancho de romeiros próximo da matriz. "Acho que deveriam ver mais isso, porque eles cobram por pessoa. A gente vem aqui renovar a nossa fé", diz. Com o aumento na frota de veículos durante os dias de maior movimentação dentro da cidade, quem sai ganhando mesmo são os proprietários de estacionamentos particulares. A rotatividade duplica. Paulo Moreira não sai sequer para o almoço, para controlar a entrada e saída de veículos, em um dos estacionamentos da Rua São José, paralela a Rua Padre Cícero.

Já o condutor Diego de Oliveira, que costuma estacionar nas ruas da cidade, ontem não teve outra opção, a não ser pagar pelo estacionamento particular e reclama do caos no trânsito. Em novembro, a esperança é a entrega dos mais de 1.200 boxes do Centro de Apoio aos Romeiros. A obra, parada há alguns anos, agora poderá ter concluída esta etapa.

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