quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

"Não roubo nem deixo roubar", diz Cid Gomes governador do Ceará

O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), declarou nesta quarta-feira (07) que “não rouba nem deixo roubar”. Cid fez uma visita surpresa nesta quarta-feira (07) à Assembleia Legislativa para apresentar o andamento das obras do Metrô de Fortaleza. Deputados de oposição aproveitaram para questioná-lo sobre suspeitas contra sua administração, transformando o momento em uma espécie de sabatina. Cid se exaltou em alguns momentos e em sua defesa deu declarações contundentes.
Foto: Divulgação/Marcos Moura - Agência AL
O governador do Ceará, Cid Gomes
“Fazer a crítica ao governo é uma coisa absolutamente respeitável e é o papel da oposição. O que pessoalmente me incomoda é fazer insinuações de desonestidade. Essas coisas, para mim, são coisas de honra. E honra você não arranha. Ou você mostra que há desonestidade ou é injusto ficar fazendo insinuações”, disse Cid à imprensa antes de deixar a Assembleia após a “sabatina” de três horas.
Fazer a crítica ao governo é uma coisa absolutamente respeitável e é o papel da oposição. O que pessoalmente me incomoda é fazer insinuações de desonestidade. Essas coisas, para mim, são coisas de honra. E honra você não arranha. Ou você mostra que há desonestidade ou é injusto ficar fazendo insinuações”
Inicialmente, a apresentação seria feita pelo secretário Especial da Copa, Ferruccio Feitosa, mas Cid resolveu ele mesmo fazer a explanação e anunciar para 2012 o início da fase de testes do metrô. A ordem de serviço para a obra foi dada em 1999, mas só passou a andar em ritmo acelerado depois que Fortaleza foi escolhida uma das cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014.
A presença do governador na tribuna durante a sessão deixou o plenário da Assembleia cheio. Em meia hora, a apresentação formal do projeto do metrô deu lugar a um debate acalorado sobre denúncias contra a atual administração feitas pelos poucos deputados que fazem oposição ao governo de Cid. A “sabatina”, iniciada no final da manhã, se estendeu pela tarde e precisou ser interrompida, pois mais 15 deputados estavam inscritos para inquirir Cid. A assessoria alegou que o governador tinha outro compromisso, mas ele demonstrava ainda ter fôlego para continuar.
Tráfico de influência

Em uma dessas suspeitas, o deputado Heitor Férrer (PDT) aponta indícios de tráfico de influência dentro das secretarias do Estado. Segundo o parlamentar pedetista, a empresa de crédito Promus, de propriedade do genro do secretário-chefe da Casa Civil, Arialdo Pinho – empresário de sucesso e homem forte de Cid – estaria lucrando com os empréstimos consignados dos servidores estaduais. A empresa em questão seria responsável por intermediar entre os bancos e os servidores a contratação de empréstimos descontados direto na folha.
Até então, o assunto ainda não havia sido abordado por nenhum representante do Executivo. Entretanto, Cid, afirmando que "o pior dos mundos é a desconfiança" resolveu falar por conta própria. "Não roubo nem deixo roubar. Se alguém está roubando, me diga".
“Há quem defenda que o assunto não é tema de noticiário, por isso não deve mexer, mas não tenho nada a temer”, ponderou. Cid disse que “se negava a acreditar” nas denúncias e pediu provas ao parlamentar. “Não tenho ambição financeira. em nome de que vou proteger, preservar, ser cúmplice de ato de desonestidade?”, questionou o governador cearense.
Nervosismo
Quando o debate esquentou, o vice-líder do governo, deputado Carlomano Marques (PMDB) interveio e pediu calma a Cid. “Na hora em que se emociona e vai para o debate menor, vossa excelência passa para a população uma coisa que não existe. Atenda ao meu apelo. A emoção nesse momento está prejudicando a racionalidade”, aconselhou o peemedebista.
Mas Cid estava disposto a enfrentar as críticas e cobranças. Alguns parlamentares da base governista aproveitaram o clima para lembrar o governador de benfeitorias prometidas para as suas cidades, algo que poderia ter causado constrangimento, mas encarado com naturalidade pelo chefe do executivo cearense. “Tenho esse defeito. Quando quero argumentar, faço gestos demais. Mas estou absolutamente tranquilo. Me incomoda profundamente a suspeição de desonestidade, isso me incomoda”.

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