terça-feira, 5 de julho de 2011

OAB critica cursos de Direito

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou, ontem, que o alto índice de reprovação do Exame de Ordem mostra a "péssima qualidade do ensino no Brasil". Em dezembro de 2010, 88,275% dos 106.891 bacharéis em Direito inscritos na seleção reprovaram. Do total de candidatos, apenas 12.534 foram aprovados. O número é semelhante à edição anterior, quando a reprovação chegou a quase 90%.

"As boas universidades apresentam mais de 60% dos seus alunos aprovados na primeira fase do exame. Enquanto isso, outras não conseguiram aprovar ninguém", afirmou o coordenador nacional do Exame, Marcus Vinícius Furtado Coelho.

O próximo Exame de Ordem terá a primeira prova no dia 17 de julho. A segunda fase está prevista para 21 de agosto. As provas são aplicadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O número de questões da prova diminuiu 20%.

O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, pedirá ao ministro Fernando Haddad que o Ministério da Educação (MEC) supervisione as faculdades de direito em que nenhum bacharel tenha sido aprovado no exame da entidade. Na última edição, 81 das 610 faculdades de direito do país não tiveram qualquer egresso aprovado pela OAB.

Monitoramento

Atualmente, o MEC monitora faculdades que tiveram nota baixa no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Nesses casos o ministério estabelece metas a serem cumpridas sob pena de redução de vagas, suspensão e até fechamento de cursos.

Para Ophir, algumas instituições tem cometido "um verdadeiro estelionato educacional" com estudantes que acreditam estar recebendo uma boa educação. "Isso é reflexo, infelizmente, do ensino jurídico do Brasil. O descompasso na qualidade do ensino contribui para desmerecimento das profissões jurídicas como um todo", disse.

De acordo com a OAB, os candidatos que fazem a prova pela primeira vez ou estão no nono e décimo períodos da faculdade (treineiros) têm média de 25% de aprovação. Já os que realizam o exame pela segunda vez têm7% de aprovação.

O MEC informou que 21 mil vagas foram cortadas em cursos de direito que tiveram notas insatisfatórias na avaliação do ministério em 2009 e outras 11 mil no mês passado. A assessoria do MEC afirmou que o foco da atuação da Pasta tem sido justamente nos cursos de Direito.

Estudo feito pelo presidente da OAB com dados dos quatro exames que antecederam a última edição mostra que as 20 melhores instituições de ensino superior públicas aprovam, em média, entre 70% e 90% dos candidatos inscritos. Já as 20 piores instituições particulares aprovam entre 3% e 5%.

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