quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mais de US$ 2 bilhões entram no país na última semana, informa BC

Após a saída de dólares registradas nas duas primeiras semanas de junho, o Banco Central informou que o país voltou a contar com ingresso de divisas na semana passada, quando US$ 2,17 bilhões entraram no Brasil.

O ingresso de dólares, porém, ainda não foi suficiente para reverter o resultado negativo da parcial de junho. No acumulado deste mês, até a última sexta-feira (17), houve mais saída do que entrada de moeda norte-americana, no valor de US$ 759 milhões, informou a autoridade monetária.

Segmentos comercial e financeiro
A entrada de dólares no Brasil na semana passada aconteceu pelo segmento comercial, que contabiliza os contratos de câmbio para exportações e importações, e também pela conta financeira - pela qual transitam os investimentos estrangeiros diretos e os recursos para aplicações financeiras, além das remessas de lucros e dividendos e empréstimos tomados no exterior, entre outros.

Segundo o BC, cerca de US$ 950 milhões ingressaram pelo segmento comercial, enquanto outros US$ 1,2 bilhão entraram pela conta financeira na semana passada. Na parcial de junho, até a última sexta-feira (17), a conta comercial está positiva em US$ 1,5 bilhão, enquanto o segmento financeiro registra saldo negativo (com mais saída do que entrada de divisas) no valor de US$ 2,2 biilhões.

Esse é o terceiro mês de saldo negativo no segmento financeiro. As saídas de dólares por esta conta começaram a acontecer após o governo ter elevado o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para 6% sobre empréstimos buscados pelas empresas no exterior.

Acumulado do ano
No acumulado deste ano, até 17 de junho, o fluxo de divisas para a economia brasileira segue positivo no acumulado. Neste período, houve o ingresso líquido, ou seja, acima do volume de retirada de recursos de US$ 41,63 bilhões na economia brasileira - volume que supera o ingresso registrado em todo ano passado (US$ 24,35 bilhões).

Medidas já adotadas
O governo já anunciou, nos últimos meses, várias medidas para tentar conter a queda da cotação do dólar frente ao real - fator que encarece as exportações e torna as importações mais baratas. Sem as medidas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que o dólar estaria mais barato ainda, por volta de R$ 1,40 a R$ 1,50.

Em outubro do ano passado, o ministro da Fazenda anunciou a elevação do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de estrangeiros em renda fixa no país de 2% para 4%. No mesmo mês, subiu de novo o tributo para 6%, e estendeu sua cobrança às operações no mercado futuro (derivativos).
No começo deste ano, o Banco Central anunciou uma medida para tentar baixar a posição vendida dos bancos no mercado de câmbio, que alcançou a marca de US$ 16,8 bilhões no mês de dezembro, e, com isso, frear a queda do dólar. Na ocasião, o BC impôs um depósito compulsório de 60% sobre a posição dos bancos que exceder US$ 3 bilhões ou o patrimônio de referência da instituição.

A autoridade monetária também anunciou, no começo deste ano, que voltaria a atuar com contratos de "swap cambial reverso" - operações que equivalem à compra de divisas no mercado futuro. A decisão que foi aplaudida pelo ministro Guido Mantega, uma vez que as aquisições no mercado futuro contribuem para uma queda menor, ou aumento do dólar, no mercado à vista.

Além disso, o governo também já autorizou, embora ainda não tenha utilizado este instrumento, a possibilidade de o fundo soberano brasileiro comprar moeda norte-americana nos mercados à vista e, também futuro.

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