O deputado federal Manoel Salviano (PSD) lançou ontem, terça-feira
(24), o nome do seu filho, Samuel Salviano, como pré-candidato do PSD a
prefeitura de Juazeiro do Norte. A informação foi confirmada por Samuel
que, já se comprometeu, caso eleito, em fazer uma administração para
marcar a história de Juazeiro. Ele exaltou a primeira administração do
pai como inspiração.
Manoel Salviano ainda não apresentou as possíveis bases de apoio para
essa investida, mas acredita-se que seu ex-partido, o PSDB, pode ser
uma dessas bases, já que a sigla, a nível municipal, ainda estaria sob
seu controle. Com o lançamento, Manoel Salviano deixa a frente da
disputa e passa a atuar apenas nos bastidores.
Surpreendente e revelador
A definição da pré-candidatura de Samuel Salviano é apenas a
confirmação de que, realmente, Manoel Salviano não tinha pretensões de
disputar diretamente a prefeitura de Juazeiro. Agora, o que surpreende é
que a decisão foi mais caseira, que política. A grande questão é como
ficará a sua posição, caso Arnon Bezerra confirme sua candidatura em
junho. Salviano está, segundo ele próprio, comprometido com o nome de
Arnon. Ou seja, ele cumpre o acordo é deixa de apoiar o filho, lançado
por ele? A pré-candidatura de Arnon ainda continua colocada.
É claro que tudo isso, pode estar resolvido, caso a candidatura de
Samuel, seja apenas uma estratégia e sua vida útil obedeça a um prazo
determinado, o que, não é tão incomum dentro da política.
Agora, de concreto mesmo, será a dificuldade de Salviano em articular
essa candidatura, caso, não resolva o problema da aliança. Os
apoiadores “naturais”, como o PR de Vasques Landim e o PTB de Arnon, têm
seus pré-candidatos e seguem seus rumos. Já o PSDB, além de estar sem
forças, não é certeza de apoio, pois o presidente regional do partido,
Marcos Cals, anunciou que em Juazeiro o apoio deve ser para Vasques.
Para piorar o quadro, o PSD, ainda não dispõe de tempo de propaganda. Ou
seja, poderemos ver pela primeira vez uma campanha apenas de rua. E,
vale salientar, na era das comunicações, isso seria um desastre.
Sobre o primeiro discurso, podemos dizer que Samuel é, realmente,
marinheiro de primeira viagem. Primeiro, porque já falou como favorito, o
que não é. E depois desmereceu a segunda gestão do seu pai quando
apontou a primeira como referencia. A referencia deveria ser o estilo do
gestor, não pontualmente uma gestão. Fica a ideia de que o diferencial
foi a equipe ou a conjuntura, não o gestor. Ele tem muito que aprender
com o próprio pai.
Fonte: Miséria
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