quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Morre Steve Jobs, fundador da Apple, aos 56 anos nos EUA

O co-fundador da Apple, Steve Jobs, que havia renunciado ao cargo da CEO no dia 24 de agosto, morreu nesta quarta-feira (5/10), aos 56 anos, nos Estados Unidos. Nascido em San Francisco no dia 24 de fevereiro de 1955, Steve Jobs enfrentava problemas de saúde há vários anos. Em 2004, teve identificada uma forma rara de câncer de pâncreas e realizou transplante em 2009.
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Jobs fundou a Apple em 1976, aos 21 anos, junto de Steve Wozniak, na garagem da casa de seus pais. Sob seu comando, a empresa introduziu os primeiros computadores Apple e mais tarde o Macintosh, que ficou muito popular na década de 1980. Entre as inúmeras inovações da Apple está o "mouse", criado para facilitar aos usuários a ativação de programas e a abertura de arquivos. Casado em 1991, em uma cerimônia presidida por um monge budista, Jobs deixa três filhos com a esposa, e uma filha com uma mulher que conheceu antes do matrimônio.


No dia 24 de agosto passado, visivelmente abatido pela doença, Jobs anunciou sua demissão do cargo de diretor-geral da Apple, entregue ao número dois do grupo de informática, Tim Cook. "Eu sempre disse que se chegasse um dia em que eu não mais pudesse dar conta das minhas obrigações e das expectativas enquanto CEO da Apple, eu seria o primeiro a fazê-los saber. Infelizmente, esse dia chegou", disse Steve Jobs em sua carta de renúncia à presidência da Apple.


Leia a nota divulgada no site da Apple.com:


Apple has lost a visionary and creative genius, and the world has lost an amazing human being. Those of us who have been fortunate enough to know and work with Steve have lost a dear friend and an inspiring mentor. Steve leaves behind a company that only he could have built, and his spirit will forever be the foundation of Apple.



(A Apple perdeu um visionário e gênio criativo, e o mundo perdeu um ser humano incrível. Todos aqueles que foram sortudos o suficiente para conhecer e trabalhar com Steve perderam um amigo querido e um mentor inspirador. Steve deixa para trás uma empresa que só ele poderia ter construído e seu espírito sempre será o alicerce da Apple.)

As lutas, as vitórias...

Com suas criações, Steve Jobs não transformou apenas a forma como as pessoas se relacionam com computadores, com a música ou com os celulares. Steve Jobs revolucionou a história moderna — para o bem ou para o mal, cabe a cada um avaliar. Um deus para os aficionados por tecnologia, ele é considerado pouco menos que perverso por muita gente. Na indústria fonográfica, por exemplo, que viu as vendas de discos desabarem depois da criação do iPod, mencionar o nome do norte-americano de 56 anos é pedir para ser esconjurado.

O controverso Steven Paul Jobs nunca foi um gênio da tecnologia. Para isso, havia seu amigo de faculdade, Steve Wozniak, que desenvolveu o primeiro produto da marca, o Apple I. Jobs é especialista em criatividade, em gente e em prever os desejos do consumidor. “É muito difícil fabricar produtos por grupos focais. Muitas vezes, as pessoas não sabem o que querem até você mostrar a elas”, disse à revista BusinessWeek, em 1998. A frase foi proferida três anos antes do lançamento do iPod, tocador de músicas digitalizadas, e cinco antes da criação da iTunes Store, loja on-line que permitia a usuários comprar e baixar músicas.

Odiado por muitos

O fundador de uma das maiores marcas de tecnologia do mundo era odiado por muitos. O temperamento arrogante e às vezes agressivo, que lhe deu a fama de tirano entre os subordinados, também fazia Jobs ser malvisto por parte dos veículos de imprensa, que ele tentava censurar e, vez ou outra, processar. Ele fez tantas inimizades que chegou a deixar, em 1985, a companhia que criou — devido a brigas internas. Só voltou 12 anos depois, como presidente executivo interino.

No entanto, a maior oposição ao então CEO da Apple não ocorria devido a sua personalidade controladora e perfeccionista, que o fez ser descrito em sua biografia autorizada como alguém “passional”. Ele integra a lista, feita pelo jornal britânico The Guardian em 2009, das “Pessoas que arruinaram a década”. A presença do nome do norte-americano no ranking se deve à criação do iTunes e do iPod, que, segundo a publicação, fez com que as pessoas abandonassem a experiência de ouvir um álbum musical completo.

Embora os tocadores de MP3 existissem antes de 2001, foi o iPod que transformou esses produtos em desejo de consumo, a ponto de o nome da criação da Apple se tornar sinônimo de MP3 players. O mesmo aconteceu na relação entre tablets e o iPad — além de o iPhone ser considerado a reinvenção do mundo dos smartphones. Desse modo, todas as glórias e pedras dos novos produtos foram direcionadas para a companhia.

Luta

Em 2003, Steve Jobs começou a travar uma batalha contra um câncer no pâncreas. A doença fez com que ele se submetesse a uma cirurgia para retirar o tumor, em 2004, época em que Tim Cook, diretor de operações da Apple, assumiu o cargo de CEO interinamente. Entre janeiro e junho de 2009, Jobs tirou outra licença por motivos de saúde, retornando à companhia após ter feito um transplante de fígado. Em 17 de janeiro deste ano, tirou mais uma licença médica.

O próprio sucessor de Jobs, Tim Cook, 50 anos, já havia ressaltado, em 2008, o papel crucial do criador da empresa. “Substituir Steve? Não, ele é insubstituível”, determinou. “Eu o vejo trabalhando com cabelo grisalho, aos 70 anos, bem depois de eu me aposentar”, garantiu.

Fonte: Correio Braziliense

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